
Também encontramos na composição do feijão o fitato ou ácido fítico, que é um constituinte de ocorrência natural em cereais e grãos. Esse composto orgânico é considerado um fator antinutricional devido à sua propriedade de associar-se a alguns minerais, como cálcio, zinco, fósforo, ferro, cobre, e também a algumas proteínas, formando complexos insolúveis não absorvíveis diminuindo assim sua bioutilização pelo organismo.
Uma das maneiras mais simples de diminuir a quantidade de fitatos dos grãos é deixá-los de molho durante cerca de 12 horas e utilizar nova água para cozinhá-lo. Durante a fermentação, há ativação da enzima fitase, que pode reduzir em até 85% o teor de fitato. Outra maneira é deixar a água em que se encontra o feijão levantar fervura, descarta-la e cozinhar em nova água.
O papel dos fatores antinutricionais tem sido rediscutido, em função de descobertas recentes que evidenciam o potencial de algumas dessas substâncias em exercer funções benéficas ao organismo humano. A habilidade do fitato em atuar como anticarcinogênico, antioxidante e prestar contribuição nutricional no tratamento de diabetes, através da ação inibidora de alfa-amilases, são exemplos da diversidade de atuação dessa substância.
Em síntese, benéfico ou maléfico, a ingestão de ácido fítico presente em alguns alimentos deve respeitar um equilíbrio. Se por um lado o ácido fítico previne a formação de câncer de intestino e problemas cardiovasculares, por outro diminui a absorção de minerais essenciais pelo organismo. O importante é destacar que há uma dualidade de ações positivas e negativas deste ácido orgânico sobre o metabolismo humano. O que se pode fazer afinal? A resposta parece vir em um tom de ameaça, como uma expressão bastante conhecida de Zagallo, ex-técnico da Seleção Brasileira de Futebol: “Vocês vão ter que me engolir!”
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